Apreendido em Goiânia, novo cigarro não tem fumaça, vicia mais que o comum e está na moda entre jovens

Produto ilegal tem alta concentração de nicotina e já virou febre na Europa e entre atletas profissionais

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Apreendido em Goiânia, novo cigarro não tem fumaça, vicia mais que o comum e está na moda entre jovens
Estima-se que a carga apreendida tenha valor de mercado próximo a R$ 1,3 milhão. (Foto: Divulgação/PCGO)

Uma operação conjunta da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) e da Vigilância Sanitária de Goiânia apreendeu mais de 8 mil unidades de um produto fumígeno ilegal e perigoso. A ação ocorreu na quinta-feira (31), em estabelecimentos comerciais no Centro da capital.

O alvo da fiscalização foram os chamados Snus, pequenos sachês de nicotina que não produzem fumaça, mas possuem um altíssimo poder de dependência química. Estima-se que a carga apreendida tenha valor de mercado próximo a R$ 1,3 milhão.

As empresas responsáveis foram autuadas e uma das sócias acabou presa em flagrante, com base no artigo 278 do Código Penal, que trata sobre a comercialização de produtos nocivos à saúde pública sem autorização. Ela foi liberada após o pagamento de fiança.

Caixas do produto ilegal foram apreendidas. (Foto: Divulgação/PCGO)

Cigarro sem fumaça e altamente viciante

Com aparência inofensiva, o Snus é um tipo de cigarro moderno e sem combustão. Ele se apresenta como uma bolsinha de celulose que contém um pó fino de tabaco, inserida entre a gengiva e o lábio superior. A nicotina é então absorvida diretamente pela mucosa oral.

De acordo com uma fabricante norte-americana, cada sachê contém, em média, 6,5 mg de nicotina – o que equivale a mais de seis vezes o teor absorvido com um cigarro tradicional (1 mg). Isso eleva drasticamente o risco de vício e os efeitos nocivos à saúde.

Entre os perigos associados estão o aumento das chances de câncer na boca, esôfago e estômago, além de doenças cardiovasculares e metabólicas. O produto, além disso, conta com aditivos de sabor, como menta ou frutas, o que o torna mais atrativo, especialmente para o público jovem.

Rótulo de produto apreendido. (Foto: Divulgação/PCGO)

Febre na Europa e entre atletas

Embora tenha ganhado força recente no Brasil, o Snus não é novo. Seu uso remonta a mais de 200 anos. No entanto, o produto está proibido na União Europeia desde 1992, com exceção da Suécia e da Noruega, onde ele se tornou extremamente popular.

Segundo uma reportagem da Agência AFP publicada em 2023 pelo jornal O Globo, 1 em cada 7 suecos consome Snus. A tendência ganhou força com as políticas locais para erradicar o cigarro convencional, o que fez do substituto sem fumaça uma escolha mais “socialmente aceita”.

Já no Reino Unido, reportagens do Globo Esporte revelaram que o Snus também conquistou espaço nos bastidores da Premier League. Jogadores profissionais confessaram o uso regular e disseram que “todo mundo usa”. Muitos, no entanto, reconheceram que o produto afeta a cognição e pode comprometer o desempenho mental durante os jogos.

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