Escândalo dos diplomas fakes em Anápolis está longe do fim e pelo menos outras 30 pessoas devem ser indiciadas

Rede criminosa, que já implicou pastores ligados a grupos religiosos e políticos locais, pode ter servido como atalho ilegal para ingresso em empregos, concursos e promoções

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Escândalo dos diplomas fakes em Anápolis está longe do fim e pelo menos outras 30 pessoas devem ser indiciadas
Registro de diligências da segunda fase da Operação Diploma Fake. (Foto: Divulgação/PC)

O escândalo dos diplomas falsos em Anápolis, que envolve os pastores Samuel Vieira Soares, Dennis Augusto Gonçalves e Lucas Amorim, ligados a grupos religiosos e políticos locais, ainda terá muitos desdobramentos. A informação foi adiantada pelo delegado Luiz Carlos Cruz, responsável pelo caso, em entrevista ao Manhã 105, da 105.7 FM, na última sexta-feira (22).

Segundo o investigador da Polícia Civil (PC), o Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) concluiu apenas o inquérito-mãe, reunindo provas contra os principais articuladores do esquema. Pelo menos outras 30 pessoas ainda devem ser indiciadas, conforme detalhado por Luiz Carlos Cruz.

“Como a gente trabalha com grandes associações e organizações [criminosas], é muito comum começar a investigação de um fato e se deparar com 100, 200 fatos. O inquérito-mãe foi concluído e agora vou instaurar dezenas de outros inquéritos para investigar cada compra e venda de diplomas”, explicou.

Até agora, a Operação Diploma Fake já teve duas fases. A primeira, em agosto do ano passado, cumpriu mandados de busca e apreensão em Anápolis e recolheu documentos e celulares de suspeitos. A segunda, em março deste ano, mirou dirigentes de instituições de ensino em Goiás, Mato Grosso e Bahia, com mais de 50 ordens judiciais cumpridas em diferentes cidades.

De acordo com o delegado, a prioridade agora é individualizar a conduta dos beneficiários para dar sequência às responsabilizações. “Ou seja, o inquérito-mãe foi concluído e agora eu vou instalar dezenas de outros inquéritos para investigar cada uma das compras e vendas desses diplomas e verificar se cada um desses compradores usaram esses diplomas, onde, como e quando usaram. Ou seja, vai vir aí mais uns 30 inquéritos para frente”, acrescentou.

As apurações indicam que os diplomas eram vendidos por valores entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil, variando conforme o curso escolhido, que ia desde o ensino médio até pós-graduações. Além de responderem pela compra de documento falso, a situação dos beneficiários pela fraude pode ser agravada caso tenham usado os diplomas para assumir cargos, conquistar promoções ou ingressar em concursos públicos.

Em tempo

O pastor Samuel Vieira Soares não se pronunciou. Dennis Augusto Gonçalves disse em nota estar sendo vítima de uma “situação injusta” e que provará inocência. Já Lucas Amorim declarou estar “à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que se fizer necessário à elucidação dos fatos”.

 

 

Siga o Portal 6 no Instagram: @portal6noticias e fique por dentro das últimas notícias de Anápolis!

Isabella Valverde

Isabella Valverde

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, com passagens por veículos como a TV Anhanguera, afiliada da TV Globo no estado. É editora do Portal 6 e especialista em SEO e mídias sociais, atuando na integração entre jornalismo de qualidade e estratégias digitais para ampliar o alcance e o engajamento das notícias.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

Publicidade