Não é o salário: o que a Geração Z busca no emprego e no mundo corporativo
Bem-estar, flexibilidade e transparência redefiniram as prioridades no ambiente profissional

A geração Z tem mostrado que o trabalho deixou de girar apenas em torno de remuneração.
Para esses jovens, que passaram a ocupar vagas no mercado a partir de 2017, o salário continua importante, mas já não é o principal fator na escolha de um emprego.
O que pesa, cada vez mais, são aspectos ligados à qualidade de vida, propósito e relações de trabalho mais saudáveis.
Essa mudança vem provocando ajustes no mundo corporativo.
O que antes era tratado como benefício passou a ser visto como pré-requisito.
Bem-estar, flexibilidade e transparência deixaram de ser diferenciais e se tornaram condições básicas para permanência no emprego.
Saúde mental e rejeição a modelos exaustivos
Pesquisas apontam que a geração Z convive com altos níveis de ansiedade e estresse, influenciados pela pandemia e pela pressão constante das redes sociais.
Diante disso, ambientes considerados rígidos ou autoritários tendem a ser evitados.
Esse comportamento não surge como falta de comprometimento, mas como uma estratégia de autopreservação.
Modelos de trabalho que ignoram limites pessoais acabam enfrentando queda de engajamento e aumento da rotatividade.
Transparência e diálogo ganham espaço
Outro ponto central para a geração Z é a comunicação aberta.
A falta de diálogo interno, metas pouco claras ou decisões pouco explicadas aumentam a insatisfação e dificultam a retenção de talentos.
Além disso, cresce a demanda por transparência salarial e feedbacks contínuos.
Avaliações anuais perdem força, enquanto conversas frequentes e objetivas se tornam mais valorizadas.
Flexibilidade baseada em resultados
A geração Z também questiona a lógica do controle rígido de horários.
O foco passa a ser a entrega e o impacto do trabalho, e não a presença física.
Por isso, modelos híbridos e remotos são vistos como direitos, não concessões.
Nesse cenário, empresas que ainda medem produtividade pelo tempo sentado tendem a enfrentar mais resistência.
Autonomia e múltiplas fontes de renda
Outro fenômeno em crescimento é a combinação entre emprego formal e projetos paralelos.
Muitos jovens buscam autonomia, aprendizado e renda extra fora da empresa, o que desafia políticas tradicionais de gestão.
Em vez de proibir, organizações começam a estruturar regras mais claras para lidar com essa realidade.
Um novo equilíbrio em construção
O movimento da geração Z aponta para um mercado de trabalho mais humano, flexível e transparente.
O bem-estar deixa de ser discurso e passa a exigir práticas reais.
No fim, não se trata de rejeitar o trabalho, mas de redefinir como ele se encaixa na vida. E essa mudança já está acontecendo.
Siga o Portal 6 no Google News fique por dentro de tudo!



