Prefeitura de Anápolis estava “bancando faculdade de medicina para marmanjo rico”, diz Márcio após fim de auditoria

Dos mais de 100 beneficiários do GraduAção, apenas 8 eram de baixa renda. Prefeito defende que eles consigam concluir o curso

Natália Sezil Natália Sezil -
Márcio Corrêa (PL) voltou a comentar sobre o Programa GraduAção.
Márcio Corrêa (PL) voltou a comentar sobre o Programa GraduAção. (Foto: Rádio São Francisco)

Prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL) voltou a mencionar o programa GraduAção e reforçou quais devem ser os próximos passos após a polêmica que marcou a cidade ao longo de 2025 – quando foi descoberto que alunos com boas condições financeiras ganhavam bolsas para o curso de medicina.

Em entrevista à Rádio São Francisco, o gestor municipal destacou os números que foram apurados junto ao Ministério Público de Goiás (MPGO): de aproximadamente 110 estudantes contemplados, apenas oito, de fato, precisavam do auxílio e se encaixavam nos requisitos ao acesso.

Eles tiveram a chance de provar que não estavam fraudando o programa em 18 de agosto, quando o GraduAção já havia sido suspenso por suspeitas de irregularidades. À época, um novo edital fora lançado pedindo recadastramento obrigatório para renovação da bolsa.

A situação foi encaminhada ao MPGO, que está responsável pela fiscalização desde então. Portanto, não cabe mais à Prefeitura checar se os estudantes atendem aos requisitos do edital – tais quais condição financeira e aprovação nas disciplinas.

“Teve aluno lá que tomou bomba três anos seguidos e estava sendo mantido pelo programa, fora das regras do edital”, contou Márcio. Quanto aos bolsistas que realmente precisavam do auxílio e cumpriam com os deveres, o prefeito defende que o programa seja mantido.

“Esses oito eu acho que é justo. Criou-se uma expectativa para esses oito. Só que eu chamei a faculdade, falei ‘olha, vocês usam nossas unidades, tem residência, tem disciplina dentro das nossas unidades’… eu pedi à faculdade para pagar por esses alunos”.

Márcio já havia aventado essa possibilidade anteriormente, como repercutido pelo Portal 6 em 27 de agosto. A saída seria propor que as instituições de ensino superior incluíssem os estudantes nos sistemas de financiamento próprio.

Detalhou, na nova entrevista: “Fiz um ofício pedindo para matricular esses alunos. E agora estou requerendo da faculdade de medicina para pagar, fazer essa contribuição para o município”. “A gente faz uma contrapartida para a faculdade também, com as nossas unidades de saúde”.

O gestor municipal ainda frisou que as instituições também são vítimas, e mencionou a dívida deixada junto a elas pela gestão Roberto Naves (Republicanos). Em análise inicial, o débito com apenas uma – de três – chegava a R$ 12 milhões.

Por fim, Márcio ressaltou que o compromisso municipal é com a educação infantil: “Deixando de dar vaga para o pai de família trabalhador, que ganha um salário mínimo e  tem três filhos em casa,  com dificuldade para ter vaga na creche, que é obrigação nossa, e bancando faculdade de medicina para marmanjo rico”.

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Natália Sezil

Natália Sezil

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás, é estagiária do Portal 6 e atua na cobertura do cotidiano. Apaixonada por boas histórias, gosta de ouvir as pessoas, entender contextos e transformar relatos em narrativas que informam e conectam o público.

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