Grupo chega a Anápolis para ajudar pais que lutam contra o sofrimento da perda de um filho
Famílias que se interessam podem procurar responsáveis para participar das reuniões
Perder uma pessoa próxima já é algo que abre uma ferida no coração de quem vivencia o luto, mas, essa dor costuma ser ainda mais difícil para as mães que perdem prematuramente os filhos.
Com um olhar atento à esse doloroso estágio da vida e com o objetivo de oferecer um certo conforto para os pais enlutados, a psicóloga obstétrica Victória Cindy se juntou com o ginecologista obstetra Danilo Almeida, a enfermeira Thayse Helena e a enfeira Fernanda Campos e criaram Grupo de Apoio Acolher em Anápolis.
“O projeto surgiu primeiramente no meu coração. Faz muitos anos. Veio por conta da minha especialização em psicologia obstétrica e foi alimentado pelas pacientes que são mães de anjos. Essas mulheres chegavam e chegam no meu consultório sem rumo”, contou.
“Em muitas cidades já existem projetos como esse. Então eu sempre pensava: um dia ainda quero fazer isso em Anápolis”, completou.
Com o sonho em mente, a psicóloga começou a acompanhar que o médico obstetra já estava fazendo alguns projetos inovadores pela cidade, o que lhe deu o empurrão que faltava para tirar o grupo do papel ao propor uma parceria, que foi rapidamente aceita por Danilo e pelas duas enfermeiras.
Victória explica que “esse apoio muda a forma da família seguir dali para frente. Não tira a dor, nem o sofrimento e nem a tristeza, mas mostra que ainda existe caminho”.
De início, o Grupo Acolher funcionará de duas formas distintas, voltadas para mães que perderam recentemente os filhos e ainda segue internada, ou para aquelas que já receberam alta hospitalar e enfrentam a perda por um tempo maior.
“As mulheres ou pessoas próximas a essa mulher irão entrar em contato pelo telefone do grupo. Se ela ainda estiver no hospital aguardando para algum procedimento ou até para o parto iremos até ela e faremos um atendimento breve e de apoio. Daremos algumas orientações do que ela deve esperar dali para frente”, apontou.
“Agora se ela já recebeu alta ou se já faz alguns dias/meses ou anos que aconteceu a perda, faremos encontros de 2 em 2 meses e iremos trabalhar assuntos relacionados a essa perda”, completou.
O projeto foi anunciado nesta semana. Mesmo com o curto período de tempo, a psicóloga se surpreendeu e relata estar muito feliz com a procura por parte de interessadas em participar que já tiveram.
Victória destaca ainda que o luto ainda é tido com tabu na sociedade atual, e por isso, as pessoas não sabem como lidar, ou até mesmo falar sobre. Por isso, as reuniões auxiliarão no fortalecimento dessas famílias enlutadas.
“Escutar como outras mães seguiram e principalmente, que existe outras mães na mesma situação, irá fortalecer. Em um primeiro momento muitas acreditam que só aconteceu com elas e se questionam do porque disso. Impactando nesses sentidos, acreditamos que elas irão conseguir seguir a vida de uma nova forma”, relatou.
O local em que as reuniões irão ocorrer ainda não foi definido, já que antes é preciso saber a quantidade exatas de integrantes do grupo. Entretanto, o número (62) 9 9575 – 3131 está disponível para atender as famílias interessadas.