Inspiradora, trajetória de estudante de Guiné-Bissau na UniEVANGÉLICA tem uma missão

Claudinilton se mudou para o Brasil para estudar e melhorar condições de vida no país de origem

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Inspiradora, trajetória de estudante de Guiné-Bissau na UniEVANGÉLICA tem uma missão
Claudinilton Idoraque Lopes, de 36 anos, se mudou para o Brasil para cursar Relações Internacionais. (Foto: Arquivo Pessoal/TV Recorde Goiás

Mais de 300 alunos colaram grau na última sexta-feira (09), em Anápolis, pela Universidade Evangélica de Goiás (UniEVANGÉLICA). Contudo, entre eles, uma pessoa com uma história para lá de emocionante se destacou: Claudinilton Idoraque Lopes.

Em busca de dar continuidade a um projeto iniciado em Guiné-Bissau, o, agora recém-formado, se mudou para o Brasil em busca de realizar o sonho de mudar de vida.

Colação de grau da UniEVANGÉLICA foi realizada na última sexta-feira (09). (Foto: Reprodução/RecordTV Goiás)

Por meio de uma bolsa de estudos, o homem, de 36 anos, iniciou uma graduação no curso de Relações Internacionais, se mudando do continente africano diretamente para Anápolis.

Ao Portal 6, Claudinilton contou que tinha como desejo aprofundar conhecimentos para criar melhores condições para contribuir positivamente no país de origem.

Um sonho patriótico

“Quanto mais formado você é, maiores são as possibilidades de contribuir para o avanço do seu país. Por isso eu escolhi as relações internacionais, para oferecer uma saída para as pessoas”, contou, orgulhoso da graduação.

Antes de se mudar para o Brasil, ele havia montado uma academia em Guiné-Bissau, onde incentivava crianças a praticarem esportes, em especial, o futebol.

“Gosto muito do esporte, então eu e as crianças praticávamos. Achei esse curso muito bacana para dar continuidade e desenvolver esse projeto que eu já tinha iniciado no meu país”, explicou.

Desafios

No entanto, apesar da oportunidade, o guineense precisou conciliar uma jornada tripla, com estudos, trabalho e família.

Durante toda a graduação, Claudinilton trabalhava (e ainda trabalha) como repositor de mercado, em uma jornada de 08h por dia. O pouco tempo que lhe restava à noite era utilizado para se dedicar à faculdade.

Claudinilton, a esposa e as duas filhas, de 02 e 06 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Às vezes eu ia dormir às 01h, 01h30, até 02h da madrugada, e precisava acordar bem cedo para ir trabalhar”, relembrou.

Apesar dos sacrifícios, o Claudinilton não se diz arrependido das escolhas.

“Foi uma luta difícil, trabalhar de repositor requer um desgaste físico, depois ter que tentar prestar atenção no que o professor ensinava, absorver tudo aquilo dá um cansaço”, disse.

Planos futuros

Mesmo com o diploma na mão, o agora internacionalista não pretende parar de estudar e já considera iniciar uma pós-graduação.

“Meu sonho de imediato é fazer uma pós aqui no Brasil. No mundo, hoje, só uma graduação não é suficiente. Se eu tenho essa oportunidade, eu gostaria de fazer, porque meu sonho é continuar com o meu projeto [em Guiné-Bissau], minha contribuição para esse movimento do meu país”, falou, animado.

“Também vou deixar as portas abertas para trabalhar na área de diplomacia, nas relações internacionais. Se tiver a possibilidade, vou correr atrás para dar minha contribuição para meu país em tudo que for necessário”, completou.

Para Claudinilton, um dos principais motivadores — além da família — foi a própria universidade, que sempre se mostrou disposta a ajudar em toda a adaptação em outro país.

“Só tenho a agradecer à UniEVANGÉLICA, não só à instituição em si, assim como aos departamentos da UniMissões, UniSocial e à diretoria do meu curso”, disse.

Por fim, o profissional também relembrou a importância do pastor Tiago Luis Cadenguês, que manteve contato de Guiné-Bissau com a universidade, auxiliando na vinda para o Brasil.

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