Em meio a denúncias e polêmicas, prova de residência médica do HOA é cancelada por “contradições no edital”
Portal 6 foi deixado a par da situação e, após apurar os documentos oficiais, constatou e indagou a banca sobre incongruências, que motivaram o cancelamento
Favorecimento familiar, questões copiadas na íntegra de outras provas, falta de fiscalização adequada, incongruências no edital e nos respectivos anexos foram algumas das denúncias reunidas em uma robusta mobilização de médicos em Anápolis, que foi parar nas mãos do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) nesta terça-feira (21).
A situação diz respeito à prova de residência médica do Hospital Oftalmológico de Anápolis (HOA), realizada no dia 14 de janeiro e elaborada pela Associação Animus Curae – responsável pela administração da unidade.
Nesta quarta-feira (22), foi confirmado de forma oficial o cancelamento da prova, não motivado por uma investigação ou algumas das denúncias mais polêmicas que foram apresentadas, mas sim por detalhes técnicos que haviam passado desapercebidos, porém, foram notados e, posteriormente, questionados pelo Portal 6.
O que gerou o cancelamento?
Após o recebimento da denúncia em primeira mão, o Portal 6 buscou contato com o HOA e a Animus Curae, realizando indagações pontuais acerca das denúncias apresentadas ao MPGO.
Em resposta, a assessoria rebateu algumas das constatações dos candidatos e admitiu “contradições” em outras, como no Edital e no Anexo II – que foi justamente o que causou o cancelamento do certame.
Durante apuração da reportagem, foi percebido que, apesar de, primeiramente, ter sido afirmado que a prova seria feita em fase única, no Anexo II – publicado três dias depois do edital e sem ser mencionado no mesmo – constam os critérios para análise de uma segunda fase, que nunca aconteceu, uma vez que, após a realização da prova objetiva no último dia 20, os três primeiros colocados já foram considerados como aprovados.
Uma das candidatas chegou a questionar os responsáveis e recebeu a resposta de que a tal fase ocorreria de forma presencial, sendo até solicitado que levassem currículo e certificado.
Diante disso, em resposta ao Portal 6, a assessoria da Associação Animus Curae afirmou que: “em razão de uma contradição entre o Edital e o Anexo II – Critérios de Análise da Segunda Fase, que gerou interpretações conflitantes sobre as etapas do processo seletivo, decidiu anular a prova realizada.”
“Essa decisão foi tomada com base no princípio da segurança jurídica e com o objetivo de evitar qualquer prejuízo às partes envolvidas. Reconhecemos que as informações divergentes podem ter causado confusão”, acrescentou ainda o comunicado.
Também foi informado que uma nova prova será realizada, mas ainda sem data confirmada.
*Colaborou Natália Sezil.