Garçonete atropelada em Anápolis prometeu que passaria o próximo Dia das Mães com a família
Motorista saiu do local sem prestar socorro, alegando não ter percebido que havia atingido uma pessoa


“Ela vinha do serviço, minha filha era trabalhadeira, estudava, só quero justiça”. Este foi o lamento de Nildevan Andrade Ferreira ao falar sobre a filha, morta após ter sido atropelada por um caminhão, na madrugada desta segunda-feira (12), logo após finalizar o turno como garçonete.
Annydeagly Ferreira Lucas, de 35 anos, voltava do trabalho, no Restaurante Via Amazonas, e quando foi atingida por um veículo no Bairro Alvorada, região Norte de Anápolis. O motorista não desceu para prestar socorro.

Corpo da vítima foi encontrado já sem vida no chão. (Foto: Reprodução)
Após o caso ser notificado às autoridades, a Polícia Militar (PM) conseguiu localizar o condutor, que foi submetido ao teste do bafômetro, que não apontou a embriaguez. Aos policiais, ele disse não ter percebido que havia atropelado uma pessoa e por isso não parou para prestar auxílio.
Para o irmão de Annydeagly, ou Anny, como era chamada pela família, a história não procede.
“Pelos vídeos, não tem lógica dele ter matado minha irmã e não ter visto. Quando ele passa por cima o caminhão balança todinho e gente próxima do local falou que escutaram a pancada, como que ele não escutou? […] Como ele liga a seta para um lado e vai para o outro? Atropelou como se fosse um gato, cachorro, e foi embora, como se nada tivesse acontecido”, desabafou André, irmão mais novo de Anny.
Em entrevista ao Portal 6, a mãe de Anny, Nildevane, que atualmente mora no Maranhão, contou que a filha era muito trabalhadora e que elas se falavam diariamente – entre as idas e vindas do serviço.
No último domingo (11), que marcou também o Dia das Mães e um dia antes do acidente, ela contou, com a voz entrecortada pelo choro, que Anny lhe ligou ainda pela tarde.
“Ela me desejou feliz Dia das Mães e prometeu que ano que vem passaria do meu lado, comemorando comigo… Mas minha menina não vai mais poder, ela não vai mais”, disse.
A família segue aguardando o translado do corpo e, mesmo com o luto, foram firmes ao expressarem o anseio por Justiça, para que o que aconteceu com Anny não passe de forma impune.
“Não é certo isso, ela tinha uma bebê pequena, de três anos, tinha ido trabalhar, estava cansada, fazia tudo pela família. Não se envolveu em nada errado, trabalhou de garçonete até tarde e ainda tiraram ela de mim, por quê? Espero que ele pague, que não seja só mais um caso”, desejou Nildevane, já sem forças para falar.
O motorista foi preso em flagrante por homicídio culposo e segue à disposição das autoridades.
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