Conheça as “chaminés de fada”, formação rara que pesquisadores da UFG encontraram pela 1ª vez no Brasil
Paisagem impressiona pela extensão e beleza, com cada torre atingindo alturas de até três metros

Imagine um cenário que parece vindo de outro planeta: esculturas rochosas espalhadas por todo o espaço, em tamanhos diferentes e formatos que lembram chaminés saídas do chão, com montes ao fundo e as estrelas logo acima. Pode até soar como cena de filme, mas uma paisagem assim foi encontrada no interior de Goiás.
Apelidada de “chaminés de fada”, a formação geológica é, na verdade, rara e inédita no Brasil – registrada pela primeira vez no país por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG).
As estruturas, que se assemelham a torres com rochas arredondadas no topo, foram vistas em uma propriedade particular em Campos Belos, no Nordeste goiano, bem na divisa com a Bahia e o Tocantins.
Também chamadas de “demoiselles” (palavra francesa para “moças” ou “donzelas”), tratam-se de camadas de rochas que têm resistências diferentes à erosão – ou seja, se desgastam em velocidades diferentes ao longo do tempo.
A professora de Geologia da UFG que está à frente das pesquisas, Joana Paula Sánchez, explica: são o resultado de um processo chamado erosão diferencial. Na prática, significa que o curso de um rio escavou as partes mais moles das rochas, dando o formato de torres, enquanto as rochas mais duras não foram tão atingidas.
O processo levou centenas de anos para acontecer, resultando em torres que chegam a ter mais de três metros de altura.
Cenários parecidos podem ser visitados ao redor do mundo, na Capadócia (Turquia), no Bryce Canyon (Estados Unidos) e nos Alpes franceses. No Brasil também houve cena similar, no Tocantins, mas a visão goiana se diferencia por alguns fatores.
O primeiro deles é a escala, já que a área é extensa. O segundo é a preservação – como não houve agricultura, gado ou turismo, o local está conservado. O terceiro, por fim, são as alturas.
Turismo
O espaço ainda não está aberto a visitação. O turismólogo Luciano Guimarães, da Goiás Turismo, esclarece que “por enquanto, é um recurso natural, não um produto turístico”.
“É preciso investir em acessibilidade, sinalização, hospedagem, alimentação e guias capacitados. Só com essa estrutura é que o atrativo pode ser comercializado”, completa.
Representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) já foram até o local e abriram um processo, no dia 16 de setembro, para transformar o espaço em uma unidade de conservação.
Já agentes da Goiás Turismo vão visitar a região nesta quinta-feira (09), para colher mais informações, documentar a paisagem e se reunir com o proprietário do local. A ideia é discutir a inclusão de Campos Belos no Mapa do Turismo Brasileiro.
Siga o Portal 6 no Instagram: @portal6noticias e fique por dentro das últimas notícias de Goiás!