Jovem esfaqueada pelo ex na frente do filho em Anápolis revela temor e pede justiça: ‘‘disse que viria atrás de mim’’
Em entrevista ao Portal 6, Marina Melo revelou detalhes do ataque brutal: 'mamãe, mamãe, você vai morrer?'

Já faz seis meses desde que Mariana Altiva de Melo “nasceu de novo”. No dia 26 de maio deste ano, ela voltava para casa, no Jardim Boa Esperança, em Anápolis, quando foi surpreendida pelo ex-companheiro, que havia invadido a residência e, de forma brutal, desferiu-lhe 28 facadas no pescoço, peito e braços. O filho de nove anos da vítima viu tudo acontecer.
Em entrevista ao Portal 6, Mariana relatou os momentos de terror que viveu no dia e o temor que a acompanha desde então de que ela e os filhos voltem a ser vítima de violência.
Ela comentou que conheceu Wanderson dos Santos Sousa há seis anos, quando ainda moravam em Bonfinópolis, e que no começo era um relacionamento como qualquer outro. Porém, ao se mudarem para Anápolis, os problemas começaram.
“Ele passou a trabalhar como motorista de aplicativo, voltava pra casa tarde, usava muita droga, e aí começaram as agressões”, contou.
Mariana, que teve uma filha com Wanderson, procurou à época a Polícia Civil (PC) e conseguiu uma medida protetiva contra o acusado em mais de uma ocasião.
Porém, mesmo com os ordenamentos judiciais, ela relatou que o ex sempre a importunava, com a desculpa de que queria passar mais tempo com a garota.
O ataque
No dia do crime, inclusive, ela contou que Wanderson havia pedido para ficar com a pequena, à época com três anos, mas como Mariana estava em uma chácara com a família, recusou o pedido.
Assim, quando retornou para a residência, por volta da meia-noite, foi surpreendida pelo ex, que estava escondido no interior do imóvel, após ter invadido a casa por uma janela.
“Ele não falou nada. Não me xingou, não gritou, só me esfaqueava, sem parar. Nisso eu já gritei pro meu filho que estava lá e viu tudo correr para o vizinho para chamar ajuda”, relembrou.
Após cessar com as agressões, Wanderson ainda teria roubado o carro da vítima e fugido da cena do crime.
“Meu filho voltou, disse que não tinha achado ninguém, viu todo aquele sangue e perguntou ‘mamãe, mamãe, você vai morrer?’ Eu disse que não, que ia ficar tudo bem, mas mais para ele do que para mim. Eu já achava que estava morta”, contou.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e Mariana passou uma semana internada no Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana).
Busca por justiça
Embora a data do Tribunal do Júri ainda não tenha sido marcada, o Ministério Público (MPGO) já ofereceu denúncia contra Wanderson, que foi aceita pela Justiça e tramita pelo sistema judiciário.
Mariana espera que o resultado traga um pouco de conforto e alívio do medo que a persegue.
“Ele disse que se fosse preso, assim que saísse ia vir atrás de mim e dos meus filhos. Se eu posso esperar algo é que ele mofe lá dentro, fique o máximo de tempo possível”, disse.
Em tempo
Ele contou que, depois de abandonar o carro, pensou em pular do viaduto de saída para Brasília, mas desistiu.
Em seguida, ele teria entrado na frente de um caminhão, ficando com alguns ferimentos. Com isso, o suspeito foi preso e conduzido à Central de Flagrantes.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Wanderson para posicionamento. O espaço fica em aberto para manifestações.
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