Não é o salário: o que a Geração Z busca no emprego e no mundo corporativo

Bem-estar, flexibilidade e transparência redefiniram as prioridades no ambiente profissional

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Não é o salário: o que a geração Z busca no emprego e no mundo corporativo
(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

A geração Z tem mostrado que o trabalho deixou de girar apenas em torno de remuneração.

Para esses jovens, que passaram a ocupar vagas no mercado a partir de 2017, o salário continua importante, mas já não é o principal fator na escolha de um emprego.

O que pesa, cada vez mais, são aspectos ligados à qualidade de vida, propósito e relações de trabalho mais saudáveis.

Essa mudança vem provocando ajustes no mundo corporativo.

O que antes era tratado como benefício passou a ser visto como pré-requisito.

Bem-estar, flexibilidade e transparência deixaram de ser diferenciais e se tornaram condições básicas para permanência no emprego.

Saúde mental e rejeição a modelos exaustivos

Pesquisas apontam que a geração Z convive com altos níveis de ansiedade e estresse, influenciados pela pandemia e pela pressão constante das redes sociais.

Diante disso, ambientes considerados rígidos ou autoritários tendem a ser evitados.

Esse comportamento não surge como falta de comprometimento, mas como uma estratégia de autopreservação.

Modelos de trabalho que ignoram limites pessoais acabam enfrentando queda de engajamento e aumento da rotatividade.

Transparência e diálogo ganham espaço

Outro ponto central para a geração Z é a comunicação aberta.

A falta de diálogo interno, metas pouco claras ou decisões pouco explicadas aumentam a insatisfação e dificultam a retenção de talentos.

Além disso, cresce a demanda por transparência salarial e feedbacks contínuos.

Avaliações anuais perdem força, enquanto conversas frequentes e objetivas se tornam mais valorizadas.

Flexibilidade baseada em resultados

A geração Z também questiona a lógica do controle rígido de horários.

O foco passa a ser a entrega e o impacto do trabalho, e não a presença física.

Por isso, modelos híbridos e remotos são vistos como direitos, não concessões.

Nesse cenário, empresas que ainda medem produtividade pelo tempo sentado tendem a enfrentar mais resistência.

Autonomia e múltiplas fontes de renda

Outro fenômeno em crescimento é a combinação entre emprego formal e projetos paralelos.

Muitos jovens buscam autonomia, aprendizado e renda extra fora da empresa, o que desafia políticas tradicionais de gestão.

Em vez de proibir, organizações começam a estruturar regras mais claras para lidar com essa realidade.

Um novo equilíbrio em construção

O movimento da geração Z aponta para um mercado de trabalho mais humano, flexível e transparente.

O bem-estar deixa de ser discurso e passa a exigir práticas reais.

No fim, não se trata de rejeitar o trabalho, mas de redefinir como ele se encaixa na vida. E essa mudança já está acontecendo.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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