“Está na moda denúncia por crimes sexuais”, diz defesa de comerciante suspeito de abuso em Anápolis

Juíza rebateu com veemência o argumento do advogado e decidiu manter a prisão preventiva de Paulo Rogério Cardoso

Rafael Tomazeti Rafael Tomazeti -
Paulo Rogério Cardoso. (Foto: Reprodução).

A defesa do comerciante Paulo Rogério Cardoso, de 43 anos, afirmou, em audiência de custódia nesta terça-feira (24), que “está na moda a denúncia por crimes sexuais”.

O empresário está preso desde segunda-feira (23). Segundo a investigação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), ele assediava as próprias funcionárias nos estabelecimentos dos quais é dono em Anápolis.

Na sentença, a juíza Lígia Nunes de Paula rebateu a alegação do advogado: “Diferente do colocado pela defesa, não está na ‘moda’ a denúncia por crimes sexuais, até mesmo porque se trata de uma situação extremamente vexatória para a vítima, na qual ela é taxada de equivocada, enquanto que o homem é colocado como pai de família trabalhador.”

A magistrada determinou que a prisão preventiva do suspeito seja mantida e completou: “Tocar o corpo de outra pessoa sem consentimento é considerado um grave atentado aos direitos humanos, situação que é especialmente penosa para as mulheres”.

Na decisão, a juíza lembrou que houve denúncia de quatro mulheres – algumas, inclusive, deixaram o emprego – e que Paulo Rogério também é acusado do crime de estupro de vulnerável contra uma adolescente de 13 anos de idade. O caso aconteceu em 2019.

A Justiça considerou que ele “oferece risco à integridade sexual alheia, que é majorado pelo fato de os crimes serem cometidos em um contexto de relação de trabalho”.

A defesa alegou que o comerciante tem endereço fixo e não oferece risco à sociedade, mas o pedido de soltura foi negado.

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