Anápolis perde empresas para Aparecida por falta de investimento, aponta especialista

Professor de Comércio Exterior e Logística Internacional do IFG avalia que a consequência futura é o município se consolidar como segundo polo econômico do estado

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Anápolis perde empresas para Aparecida por falta de investimento, aponta especialista
(Foto: Divulgação/HDL Supply Chain)

Anápolis tem passado por um êxodo empresarial notável nos últimos anos. Recentemente, a multinacional alemã DHL Supply Chain e a farmacêutica Roche não só fecharam as unidades no município, como se mudaram para Aparecida de Goiânia.

A Roche, que anunciou a transferência do Centro de Distribuição para Aparecida em fevereiro deste ano, deve empregar mais de 200 pessoas no novo armazém de 3 mil m².

Já a DHL, maior operadora de logística do mundo, inaugurou o novo Centro de Distribuição no último dia 03 de março. O local, que começou a ser construído em outubro de 2022, possui 12 mil m² e emprega cerca de 150 funcionários.

Em entrevista ao Portal 6, o vice-presidente de Saúde da DHL, Marcos Cerqueira, afirmou que a localização, a disponibilidade de área e o programa de incentivo da cidade são fatores que influenciaram a mudança para Aparecida. A previsão de elevação do PIB do município com a chegada da operadora é de 42%.

O executivo ainda adicionou que Aparecida vem se tornando cada vez mais atraente para grandes empresas. Para o professor de Comércio Exterior e Logística Internacional do Instituto Federal de Goiás (IFG), Luciano Nunes da Silva, a cidade possui uma série de fatores importantes para o estabelecimento de grandes empresas, o que a torna tão propícia ou até mais que Anápolis para a expansão empresarial.

“São diversos pontos interessantes tanto em Anápolis quanto em Aparecida”, defende. Entre elas, o especialista destaca a proximidade com o centro do país. Isso porque, se traçar um raio de mil quilômetros, é possível atingir as principais capitais economicamente ativas, principalmente na região Sudeste. Além disso, a proximidade de Goiânia, de Brasília e a disponibilidade de rodovias agrega valor aos dois municípios.

No entanto, Luciano explica que enquanto Anápolis teria mais potencial por conta do Porto Seco e a ferrovia Norte-Sul, interligada com o Norte do país, falta investimento em comparação com Aparecida.

“Até recentemente, as empresas não tinham mais disponibilidade de recursos energéticos. Não poderiam expandir ou instalar novas empresas por conta da falta de energia. O que eu tenho visto é que Aparecida tem feito grandes investimentos, o que não é percebido em Anápolis”.

Diante disso, o professor destaca que Anápolis deve investir em infraestrutura para atrair mais empresas, como na integração dos modais logísticos e melhora na disponibilidade de energia. “Como resultado do cenário atual, nos próximos anos, o que provavelmente vamos ver é a consolidação de Aparecida como o segundo polo econômico do estado”.

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