Professor da UEG denunciado por assédio segue afastado enquanto caso é investigado

Alunas afirmam que docente fazia investidas sexuais a todo momento: “ele chegava por trás, cheirava meu cabelo e beijava o meu pescoço"

Davi Galvão Davi Galvão -
Professor da UEG denunciado por assédio segue afastado enquanto caso é investigado
Universidade Estadual de Goiás (UEG). (Foto: Divulgação)

A sindicância formada pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) para apurar a conduta do professor Antônio Carlos Severo Menezes, acusado de assédio e perseguição contra alunas e ex-discentes, continua analisando o caso. O docente foi afastado da função por um período de 150 dias, contados a partir de 04 de agosto.

Inicialmente, uma jovem de 24 anos havia denunciado o membro do corpo acadêmico acerca de episódios ocorridos entre maio e junho deste ano, enquanto ela realizava atividades extracurriculares no laboratório de química do campus de Anápolis.

Porém, a partir desse relato, diversas outras alunas que afirmam ter tido experiências semelhantes se juntaram em defesa da colega para exigir o afastamento do professor, chegando a elaborar um abaixo-assinado para tal.

À época, o Portal 6 ouviu o relato de algumas dessas alunas, que contaram em detalhes a forma com a qual o acusado praticava os atos de assédio.

“Ele fazia perguntas sobre a minha vida sexual, se eu tinha namorado e se ele era bom de cama. Com o passar do tempo, veio o contato físico, tanto comigo quanto com as amigas do mesmo grupo”, lembrou uma jovem, que chegou a abandonar o curso devido a estas investidas.

“Ele chegava por trás, cheirava meu cabelo, afastava do pescoço e beijava o meu ombro e pescoço. Ele queria abraçar, passar a mão na cintura e descer. Não só queria, como fez comigo e com as minhas colegas. Me chamava de gostosa e comentava ‘vontade de acabar com você todinha’ e várias outras coisas”, continuou.

A defesa do suspeito atribuiu as denúncias à “frustrações” de estudantes que não conseguiram ter sucesso na matéria ministrada pelo professor, buscando assim “macular a honra do acusado perante a opinião pública”.

“Tão somente em alegações vazias de pessoas que possuem algum rancor contra o acusado, especialmente por não terem sido aprovadas ou terem se sentido prejudicadas nas matérias que cursaram com o professor enquanto eram alunas dele, o que se deu, evidentemente, por pura falta de capacidade delas”, é o que consta na nota enviada à imprensa.

O que está sendo feito agora?

Com relação à estudante de 24 anos que denunciou o professor, a UEG afirmou, em nota enviada à reportagem do Portal 6 nesta quarta-feira (08), que “a Universidade deu apoio à aluna e tomou as providências necessárias para que a discente não tivesse mais contato com o professor. A UEG tem promovido ainda palestras sobre assédio moral e sexual e deu início à campanha UEG Contra o Assédio”.

Caso o comportamento inadequado seja comprovado por meio do procedimento administrativo, as punições podem ser de suspensão de 61 a 90 dias ou até mesmo demissão, além da pena de inabilitação para ocupar cargo público por um determinado período.

Além da sindicância instaurada pela universidade, o caso também é investigado pela Polícia Civil (PC).

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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