Anapolina em tratamento contra câncer está vivendo de morfina e luta por cirurgia para amenizar dores insuportáveis
Procedimento é realizado apenas em Goiânia e Regulações dos municípios não entram em acordo para que ela receba o atendimento que precisa
Diagnosticada há três anos com um câncer no ovário, tudo o que a anapolina Maria de Fátima, de 64 anos, vivencia desde então, são dores intensas e contínuas.
A doença, que entrou em metástase na região óssea da coluna, ocasionou fraturas na região, o que faz com que a idosa sofra diariamente e necessite de aplicações de morfina, de 04 em 04 horas, para suportar o desconforto.
Em uma realidade desesperadora, a cirurgia que poderia lhe trazer algum alívio não é realizada em Anápolis e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia sequer parece saber se a paciente está ou não na fila da Regulação para passar pelo procedimento.
Em entrevista ao Portal 6, a aposentada contou que, por volta de agosto de 2023, buscou a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Anápolis e foi encaminhada para Goiânia, em caráter de urgência. Porém, não teria tido retorno.
“É uma dor que não para, o dia inteiro. Dor, dor, dor, dor. Já não estou conseguindo nem levantar direito, a gente vai para um lado, falam que não podem ajudar. Vai para o outro, também não podem. O que eu faço?”, se desesperou.
Como o procedimento específico que ela necessita não é ofertado em Anápolis, a Semusa, além de a colocar na fila da Regulação de Goiânia, também a pôs na fila do estado.
Porém, após a recusa na capital, a paciente foi reinserida no sistema da SMS, a fim de entrar novamente na fila de espera.
Chama atenção, no entanto, é que a Semusa, em documentos enviados ao Portal 6, no dia 24 de junho, demonstrou já ter solicitado que a idosa ingressasse de novo na fila de espera de Goiânia.
Contudo, em nota enviada à reportagem no dia 25, a SMS informou que a paciente estaria na Regulação de Anápolis, não havendo nenhuma solicitação para a capital.
“Se lá [Goiânia] fala que eu não tô no sistema, mesmo com aqui [Anápolis] me colocando, quer dizer que eu to esperando à toa? Não tem ninguém olhando por mim?”, questionou Maria.
Por fim, a paciente revelou que a família já entrou com um pedido no Ministério Público de Goiás (MPGO), para que a idosa finalmente consiga ser atendida e tenha a importante operação realizada.
Leia a nota da Semusa na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde informa que o tratamento de referência para a paciente em questão é ofertado pelo Estado e Município de Goiânia. Assim que deu entrada na regulação de Anápolis, foi inserida tanto para a Central de Regulação Estadual (CRE), cuja data de inserção é 06 de setembro de 2023, quanto para o município de Goiânia. Este último negou a inserção. Porém, a paciente foi novamente inserida por Anápolis.
Leia a nota da SMS na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que a consulta especializada em neurocirurgia para a paciente Maria de Fátima está na regulação do município de Anápolis e não há nenhuma solicitação na regulação de Goiânia.