Conheça Rogério Gonçalves, jovem diplomata anapolino que assumiu posição de destaque no G20
Ao Portal 6, profissional revelou pressão e responsabilidades do cargo: "trabalho é extremamente complexo"
Em meio às diversas autoridades internacionais que participaram do G-20, entre presidentes, primeiros-ministros e embaixadores, havia um anapolino participando da organização e conferindo os detalhes de perto. Aos 27 anos, Rogério Gonçalves foi aprovado no concurso para diplomata ainda em janeiro de 2024 e já desempenha funções importantes em eventos governamentais.
Ao Portal 6, o jovem revelou a satisfação em alcançar o cargo tão sonhado, para o qual ele havia estudado por pelo menos 05 anos, e pontuou quais foram os “nomes de peso” que ele teve o prazer de recepcionar e acompanhar no Rio de Janeiro.
“Ao longo de 2024, centenas de autoridades estrangeiras vieram ao Brasil para participar das reuniões internacionais do G20. Como diplomata, coube a mim, bem como aos meus colegas no Palácio do Itamaraty coordenarmos não apenas a organização logística e procedimental dos eventos, mas também acompanharmos todas as delegações estrangeiras em suas estadias no Brasil. Na Cúpula de Líderes do G20, fiquei responsável pelo Primeiro-Ministro do Canadá, Justin Trudeau”, explicou.
Empossado inicialmente como Terceiro Secretário, ele foi um dos dois goianos que conseguiram a aprovação para o cargo nos últimos 15 anos, visto que houve um hiato na seleção em razão da pandemia.
Ao longo de 2024, participou de atividades com ministros de estado do Japão e da Arábia Saudita, em Belém e Fortaleza, além de acompanhar o diretor-geral das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
“Estive com o Ministro de Energia e Mudança Climática da Austrália, Christopher Bowen. Em fevereiro, na reunião dos Chanceleres do G20, estive no Cerimonial no Rio de Janeiro e tive a oportunidade de compartilhar ambientes de trabalho com David Cameron e Sergey Lavrov. Em novembro último, participei de coquetéis ao lado dos presidentes Joe Biden e Emmanuel Macron, junto ao presidente Lula”, relatou.
Apesar do glamour que há em lidar com todas essas autoridades, essa ocupação vem acompanhada de muita responsabilidade – já que erros diplomáticos podem representar conflitos entre nações e causar problemas que afetam países inteiros.
“O trabalho é extremamente complexo. Como diplomata de ligação, fui em diversos momentos a interlocução entre as autoridades estrangeiras e o governo brasileiro. Trabalhamos sob grande pressão e lidamos com todas as complicações envolvidas numa vinda de um Presidente ou um ministro de Estado estrangeiro ao Brasil, mas, a todo momento, mantemos o tom conciliador e político, usando a diplomacia em defesa dos interesses do nosso país”, explicou.
Ao final da entrevista, ele ainda ressaltou que é necessário ter um grande aprofundamento na cultura dos estrangeiros com os quais lida, com atenção voltada aos mínimos detalhes. Agindo nos bastidores, ele afirma atuar com a palavra, a linguagem, em um trato político que busca a cooperação do Brasil com o mundo. Mesmo em meio à pressão, Rogério se diz feliz por poder fazer parte desses fluxos.