Detalhes do esquema de fraudes em contratos na Goinfra que levou à prisão de Lucas Vissotto
Ex-presidente da Goinfra teria 'descaracterizado' documentos de licitações para reformas em prédios públicos
Suspeito de participar de um desvio de R$ 10,4 milhões da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Lucas Vissotto, teria ‘descaracterizado’ documentos para superfaturar obras.
O ex-presidente do órgão é o principal investigado por trás das irregularidades em um contrato com a Prime Construções, empresa do Distrito Federal (DF), na qual reformaria 27 prédios públicos em Goiás.
Dentre os imóveis incluídos no esquema estão 14 postos da Polícia Rodoviária Militar Estadual, nove aeródromos, duas instalações no Palácio Pedro Ludovico Teixeira e uma na sede da própria Goinfra.
Esta empresa, por sinal, já vinha colecionando processos judiciais no DF, além de já possuir um histórico de problemas no Tocantins, onde também atua.
Contrato fraudulento
À época, o valor do acordo havia sido firmado em R$ 27,8 milhões, por meio de um contrato ‘descaracterizado’ e ‘desnaturado’, conforme apontou a Polícia Civil (PC).
Contudo, parte deste valor teria sido pago antecipadamente para a empresa, sem que as obras sequer fossem iniciadas, totalizando um desvio de R$ 10,4 milhões.
Segundo o delegado Danilo de Souza, todo o procedimento acerca do contrato passava por diferentes setores da Goinfra, os quais todos estavam envolvidos nas fraudes.
Estas irregularidades se iniciaram desde a própria efetivação do contrato, que inicialmente tinha como objetivo a manutenção preventiva dos prédios públicos, mas com aditivos e mudanças por meio dos investigados, acabou se mutando até se tornar um novo contrato, com foco na construção total de imóveis.
Além disso, as licitações passavam por diretorias diferentes do programado, ‘atropelando’ setores necessários para efetivar as obras corretamente.
Em comunicado, o Governo de Goiás esclareceu que as irregularidades foram detectadas pelos próprios sistemas de controle interno e prontamente comunicadas às autoridades, além de destacar a ‘tolerância zero’ contra desvios de recursos públicos.
Confira a nota da íntegra:
“Em relação à Operação Obra Simulada, deflagrada pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) nesta terça-feira (28/1), o Governo de Goiás esclarece que:
– Conforme divulgado pela PCGO, as suspeitas de irregularidades foram levantadas pelo próprio Governo de Goiás, por meio de seus sistemas internos de controle, e devidamente comunicadas às autoridades policiais para as providências necessárias.
– A gestão estadual tem como premissa tolerância zero com qualquer eventual desvio de conduta no trato do dinheiro público.
– O Governo de Goiás colaborou e seguirá colaborando ativamente com as investigações, de forma que os fatos sejam devidamente apurados e, uma vez comprovadas as irregularidades, todos os envolvidos sejam punidos com rigor”.