Por que os argentinos cortam carne de um jeito e os brasileiros de outro? Descubra o motivo

Prepare-se para rever seus conceitos de churrasco

Anna Júlia Steckelberg Anna Júlia Steckelberg -
O segredo para fazer churrasco sem fumaça (os vizinhos não querem que você saiba)
(Foto: Captura de tela/ Youtube / Canal Prof Dr Leonardo Flach)

Você já olhou para aquele acém na prateleira do açougue e torceu o nariz? Pois saiba que, do outro lado da fronteira, ele pode virar um suculento roast beef digno de restaurante estrelado. Acredite: o jeito como brasileiros e argentinos cortam a carne não é apenas uma questão de gosto — é pura história. E envolve de colonização a cultura de churrasco.

Enquanto no Brasil a divisão do boi foi ensinada pelos portugueses, com uma pegada mais bruta e simplificada (dianteiro = carne de segunda, traseiro = carne boa), na Argentina o corte ganhou refinamento britânico. Isso mesmo: foram os ingleses, no início do século XX, que moldaram o estilo argentino de fatiar o boi. Resultado? Técnicas mais precisas, cortes valorizados, aproveitamento quase toda a carcaça — e muito respeito ao marmoreio da carne.

Por que os argentinos cortam carne de um jeito e os brasileiros de outro? Descubra o motivo

No Brasil, a divisão ainda segue o padrão dianteiro x traseiro. Já na Argentina, o corte respeita as linhas das costelas, criando peças amplas como o bife ancho e o asado de tira, que brilham nas famosas parrillas.

E a queridinha dos brasileiros, a picanha? Lá, ela nem é reconhecida do mesmo jeito. Em muitos açougues argentinos, ela nem existe como corte separado. Vai junto com outros músculos, formando o famoso “cuadril”.

Só recentemente — com a influência do turismo e da popularização da culinária brasileira — o nome picanha começou a aparecer por lá, às vezes como “tapa de cuadril” ou até “picaña”, mas ainda é algo novo nos açougues portenhos.

Na parrilla argentina: cortes largos, com mais gordura, cozimento lento e sabor profundo.

No churrasco brasileiro: cortes altos, muito sal grosso e foco nos músculos traseiros nobres. Dois estilos opostos, mas igualmente apaixonados pela carne.

Moral da história?

Entender como cada país corta sua carne é entender como cada povo vê o boi — e a si mesmo. Da próxima vez que passar pelo açém, lembre-se: ele pode ser mais nobre do que parece. Basta o corte certo… e um olhar sem preconceito.

Siga o Portal 6 no Instagram @portal6noticias e fique por dentro de várias notícias e curiosidades em tempo real!

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

+ Notícias