Jovem assassinada em Anápolis era alegre, tinha sonhos e estava na prostituição por não conseguir outras oportunidades

Samylla Morais queria trocar o nome, formar uma família e sair do “job”. Mas teve a vida interrompida antes de tudo isso

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Jovem, Samylla Morais tinha 25 anos. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Jovem, Samylla Morais tinha 25 anos. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Samylla Morais foi assassinada aos 25 anos em Anápolis. O corpo foi encontrado em uma estrada vicinal na noite de sexta-feira (18), próximo a Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Era travesti e sonhava em ver nos documentos o nome que já usava nas redes sociais e entre as amigas: Samylla, nome que dizia representar quem ela realmente era.

Segundo colegas de profissão, era alegre, gostava de dançar, se arrumar e sonhar. Tinha planos simples e legítimos: mudar o nome, sair da prostituição, formar uma família e ser respeitada. Mas não teve tempo.

Samylla entrou no trabalho sexual não por escolha, mas por falta dela — realidade comum entre travestis e mulheres trans, que ainda enfrentam barreiras para conseguir empregos formais.

Apesar disso, buscava novos caminhos: começou a criar conteúdo nas redes sociais, expunha sua rotina, suas alegrias e suas dores. Em algumas postagens, relatava calotes de clientes, muitos deles homens casados.

Naquela estrada, em meio à vegetação, seu corpo foi encontrado com marcas de tiros. A investigação indica características de execução, e o caso é apurado pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da Polícia Civil (PC).

O nome civil, Ícaro Alves Guimarães de Jesus, ainda não havia sido oficialmente substituído — um dos sonhos que ficaram pelo caminho.

Samylla não será só mais uma entre tantas vítimas esquecidas da transfobia e da exclusão social. Ela tinha história, tinha brilho, e sobretudo, tinha planos.

Foi calada pela violência, mas sua existência segue como testemunho de uma luta por dignidade.

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