Dívida de R$ 22 milhões levou advogado a matar o pai em Goiás, confirma delegado
“Ele não planejou por muito tempo, os problemas foram surgindo e ele percebeu que o único jeito de obter um patrimônio e não sofrer os danos financeiros era ceifando a vida do pai”, explicou Ricardo Ramos

O caso do advogado Adeon Paula de Oliveira, encontrado morto aos 75 anos em uma fazenda de Jussara, ganhou mais um desdobramento. A Polícia Civil (PC) já havia concluído que ele havia sido morto pelo próprio filho – agora, a informação é de que parte da motivação seria uma dívida de R$ 22 milhões.
O crime aconteceu em fevereiro deste ano. Alanderlon Wanderlei de Oliveira teria matado o pai com dois tiros na cabeça, por causa de uma disputa envolvendo a fazenda da família.
Ricardo Ramos, delegado do caso, detalhou que o filho havia contraído as dívidas de R$ 22 milhões em empréstimos hipotecários, usando a propriedade como garantia sem que o pai soubesse.
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Assim que Adeon descobriu o alto valor, ele tentou vender o imóvel para ajudar o filho, como contou o delegado à TV Anhanguera. Apesar disso, todas as negociações teriam dado errado.
Nesse momento, Adeon teria descoberto que isso acontecia porque o filho interferia nas tentativas, falando mal da fazenda pelas costas do pai. O homicídio aconteceu pouco depois de ele encontrar uma pessoa que pagaria R$ 17 milhões pelo local.
“Ele não planejou por muito tempo, os problemas foram surgindo e ele percebeu que o único jeito de obter um patrimônio e não sofrer os danos financeiros era ceifando a vida do pai”, explicou Ricardo.
Alanderlon pode responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por meio que dificultou a defesa da vítima.
Em nota enviada ao G1, a defesa do filho do advogado alegou que recebeu as informações com surpresa. Disse também que requer “novas diligências para se chegar ao verdadeiro autor desse bárbaro homicídio”.
Leia a nota da defesa na íntegra:
A defesa recebeu com absoluta surpresa porque as investigações não terminaram. Ficamos de encaminhar documentos que comprovam a absoluta inocência do Alan e, quando lá chegamos, fomos comunicados que o inquérito havia sido concluído.
Já entramos em contato com a assessoria do Promotor de Justiça e só estamos aguardando seu retorno para levarmos essa documentação e requerer novas diligências para se chegar ao verdadeiro autor desse bárbaro homicídio. Lamentamos profundamente a forma açodada e desinteressada do delegado que presidiu as investigações.
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