Mulher que ateou fogo em motorista da Urban enfrenta banco dos réus em Anápolis nesta quinta-feira (25)
Rápidas teve acesso à carta em que irmão da vítima narra detalhes do episódio, concede perdão à Rosimeire e roga Justiça

Senta-se no banco dos réus do Fórum de Anápolis, nesta quinta-feira (25), Rosimeire Araújo Lima, autora do atentado que resultou na morte do motorista da Urban, Wallison Barboza dos Santos, aos 35 anos.
O crime, ocorrido em 2021, chocou o país após imagens gravadas por passageiros mostrarem o momento em que Rosimeire joga álcool e ateia fogo no motorista, que estava ao volante, preso ao cinto de segurança.
O julgamento, presidido pela juíza Nathália Bueno, ocorre quatro anos após o trágico evento. Wallison chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos, que comprometeram 83% de seu corpo, e faleceu 11 dias depois.
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A família da vítima, com exceção da mãe, que não se encontra em condições emocionais, acompanha o júri popular, buscando por justiça.
Em uma carta emocionante entregue ao promotor Eliseu Belo, Átilla Barbosa dos Santos, irmão de Wallison, que reside na Irlanda, narra a dor da família e os esforços para salvar a vida do motorista.
“Esta é a carta mais difícil que já escrevi em minha vida. Represento a mim e à minha família, cujas vidas foram marcadas por uma tragédia”, desabafa.
Ele relembra a última conversa com o irmão, que, em estado de choque, não compreendia a motivação do ataque: “Ele contou o que havia acontecido, disse que nunca tinha visto a Sra. Rosimeire, não a conhecia e não entendia o motivo de tal violência.”
Átilla, em um gesto de profunda humanidade, concede o perdão a Rosimeire, mas clama por justiça.
“Gostaria de dizer à Ré, que sobre uma doença psicológica (esquizofrenia), que está perdoada por mim. E espero que a Justiça seja feita neste caso. Até quando inocentes serão mortos pela violência urbana, negligenciados pela família e pelo Estado?”, questiona em um dos trechos da carta.
Um laudo psiquiátrico, produzido após o atentado, concluiu que Rosimeire Araújo Lima tem esquizofrenia. Por seu transtorno mental, caso seja condenada, a pena pode ser convertida em internação compulsória em tratamento psiquiátrico, com duração inicial de um a três anos, podendo se estender por tempo indeterminado, a depender da sua recuperação e capacidade de convívio social.
O diagnóstico de esquizofrenia coloca o júri popular diante de uma decisão complexa, que deve equilibrar a gravidade do crime com as condições mentais da ré.
Embora a tendência seja a aplicação de medida de segurança com internação compulsória, o veredito final dependerá da avaliação dos jurados sobre a capacidade de discernimento de Rosimeire no momento do crime.
Enterrada no Senado, PEC da Blindagem poderia beneficiar Professor Alcides em caso de prisão
A recém-enterrada ‘PEC da Blindagem’, que previa a necessidade de autorização do Congresso para que o Supremo Tribunal Federal (STF) pudesse abrir processos criminais contra parlamentares, poderia ter beneficiado diretamente o deputado federal Professor Alcides (ex-PL).
A proposta, se aprovada, criaria uma barreira para o avanço de investigações como a que envolve Alcides, que já havia sido denunciado por assédio a menores em 2016 pelo senador Jorge Kajuru (PSB).
Vereadores votam pedido de Márcio Corrêa para refinanciar dívidas deixadas por Roberto Naves
Os vereadores de Anápolis votam nesta quinta-feira (25) o PLC 300/2025 que autoriza o prefeito Márcio Corrêa (PL) a renegociar empréstimos de R$ 756 milhões contraídos na gestão anterior.
O projeto não cria nova dívida, mas busca melhorar as condições do contrato existente com novo período de carência, redução da taxa de juros e extensão do prazo de pagamento.
Nos últimos meses, o chefe do Executivo Municipal têm alertado que a arrecadação não está acompanhando o volume de compromissos e dívidas deixadas pelo antecessor Roberto Naves (Republicanos).
Sem o refinanciamento, há risco de atrasos na folha de pagamento dos servidores e colapso financeiro em poucos meses.
Câmara deve aprovar “Lei João Victor” para obrigar Equatorial Goiás a organizar fios em postes de Anápolis
Na mesma sessão extraordinária desta quinta-feira (25) que votará o pedido do prefeito Márcio Corrêa para refinanciar a dívida municipal, os vereadores de Anápolis também apreciarão o Projeto de Lei Ordinária (PLO) 301/2025, conhecido como “Lei João Victor”.
A proposta, que homenageia o menino de 10 anos que morreu eletrocutado por um fio de internet energizado no último dia 19, obriga a Equatorial Goiás e demais empresas que utilizam postes como suporte para seus cabeamentos a organizarem adequadamente os fios na cidade.
O projeto surge em resposta à tragédia que comoveu Anápolis e visa evitar que acidentes similares voltem a acontecer, estabelecendo regras claras para o alinhamento e organização da fiação nos postes do município.
A expectativa é que o texto seja aprovado por unanimidade.
Projeto para autorizar instalação de pontos de recarga de carros elétricos avança na Câmara de Goiânia
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Goiânia aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (24), o projeto do vereador Lucas Kitão (União Brasil) que regulamenta a instalação de postos de recarga para veículos elétricos e híbridos em locais públicos da capital.
A proposta autoriza a implementação desses pontos de carregamento em praças, parques e estacionamentos, como parte de uma estratégia para inserir Goiânia no conceito de Smart Cities e atender à crescente demanda por mobilidade elétrica.
Segundo o parlamentar, a criação dessa infraestrutura de recarga é fundamental para a expansão dos veículos elétricos no Brasil, especialmente em locais estratégicos como áreas públicas.
O projeto agora segue em tramitação na Câmara e pode ser aprovado ainda em 2025, colocando a capital goiana na vanguarda da mobilidade sustentável.
Nota 10
Para o Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Rio Verde, em especial ao delegado titular Adelson Candeo, pela condução exemplar das investigações que resultaram na confissão de Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, apontado como serial killer responsável por três feminicídios na cidade.
O trabalho meticuloso da equipe conseguiu não apenas obter a confissão detalhada dos crimes contra Monara Pires Gouveia, Alexânia Hermógenes Carneiro e Elisângela da Silva Souza, como também extrair as motivações de cada execução.
Nota zero
Para o senador Wilder Morais (PL-GO), que após manter silêncio estratégico durante toda a tramitação da polêmica PEC da Blindagem, anunciou voto favorável à proposta que criaria um escudo para proteger parlamentares de investigações do Supremo Tribunal Federal.
O senador, único entre os três representantes goianos no Senado a defender a medida, justificou sua posição alegando seguir as deliberações de seu “grupo político” e reafirmou alinhamento com a direita bolsonarista.
Se dependesse de Wilder, a PEC seria uma realidade e parlamentares investigados por crimes graves teriam proteção adicional contra a Justiça.
Felizmente, a proposta já foi enterrada pelo Senado, que rejeitou por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça a tentativa de blindar congressistas, frustrando os planos daqueles que buscavam impunidade institucionalizada.