Professor acusado de assediar alunas na UEG voltará a dar aulas após quase um ano afastado

Caso teve início em agosto de 2023, após diversas estudantes denunciarem atitudes sexuais impróprias do docente

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis.
Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis. (Foto: Reprodução)

Após quase um ano afastado das salas de aula, o professor Antônio Carlos Severo Menezes, denunciado por assédio a estudantes da Universidade Estadual de Goiás (UEG), voltará a lecionar na instituição de ensino.

Nesta segunda-feira (12), exatamente um ano após o caso vir à tona, a universidade emitiu um comunicado ao Portal 6, explicando a situação atual do docente. O documento pode ser verificado na íntegra ao final desta matéria.

Na nota, a UEG apontou que o afastamento do professor se encerra no próximo sábado (17), não havendo mais a possibilidade legal de prorrogação.

Além disso, a instituição destacou que o relatório final do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) ao qual Antônio responde foi finalizado e entregue à autoridade julgadora em março. No entanto, foram feitas investigações complementares que, após concluídas, podem colaborar na decisão final.

Por fim, a reportagem questionou se o professor seria reintegrado normalmente às atividades de ensino junto aos alunos em sala de aula. Contudo, a universidade apontou, apenas, que “tendo em vista que o período de afastamento do professor ainda não foi encerrado, não houve a distribuição de atividades laborais a serem realizadas por ele”.

Medo

Uma denunciante, que pediu para ser mantida em anonimato, afirmou à reportagem ter um sentimento de angústia pelo retorno do professor, diante de supostas ameaças de “vingança” proferidas pelo docente.

“Eu sinceramente tenho medo do que possa acontecer, porque na UEG não temos nenhum tipo de segurança, lá você pode esperar que aconteça qualquer coisa, não temos nenhuma proteção lá. Me preocupo com quem ainda ficará lá a mercê, nas mãos desse indivíduo”, destacou.

Relembre

Tudo começou depois que uma estudante, de 24 anos à época, denunciou que estava sendo prejudicada academicamente pelo professor, após não ceder a investidas sexuais dele.

Pouco depois, novas supostas vítimas revelaram ter passado por situações semelhantes, mas mantiveram silêncio por medo da influência que o docente possui no meio universitário.

Diante da repercussão do caso, alunas da UEG fizeram um abaixo-assinado, exigindo que o homem não mais lecionasse na universidade.

Diante de tudo isso, Antônio Carlos foi suspenso para a instauração do PAD, tendo um afastamento inicial de 150 dias, contabilizados a partir de 04 de agosto, e estendidos por mais 180 dias.

Durante todo esse tempo, no entanto, ele continuou recebendo normalmente os salários, visto que ainda não foi julgado judicialmente.

Além da apuração interna da UEG, a Polícia Civil (PC) também está investigando o caso.

Leia a nota da UEG na íntegra:

A propósito das informações solicitadas pelo Portal 6, a Universidade Estadual de Goiás informa que:

– o afastamento do professor se encerra no dia 17 de agosto e não há mais a possibilidade legal de prorrogação;

– ⁠o relatório final do Processo Administrativo Disciplinar ao qual o docente responde foi finalizado e encaminhado pela UEG à autoridade julgadora em março deste ano. Neste intervalo, foram necessárias diligências complementares que, concluídas, subsidiarão a decisão da autoridade julgadora;

– ⁠tendo em vista que o período de afastamento do professor ainda não foi encerrado, não houve a distribuição de atividades laborais a serem realizadas por ele.

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