Policial que atirou contra goleiro do Grêmio Anápolis pode pegar até um ano de prisão

Durante investigação, atleta e militar deram depoimentos contraditórios sobre o que aconteceu no incidente

Paulo Roberto Belém Paulo Roberto Belém -
Policial que atirou contra goleiro do Grêmio Anápolis pode pegar até um ano de prisão
Imagem mostra momento em que goleiro do Grêmio Anápolis foi atingido. (Foto: Reprodução)

O policial militar Edson de Souza Júnior, de 39 anos, que atirou contra o goleiro do Grêmio Anápolis Ramon Souza, ao final de uma partida de futebol no Estádio Jonas Duarte em julho de 2024, poderá pegar até um ano de detenção caso o Tribunal Militar entenda aplicar pena máxima.

Ocupando a patente de 3° sargento da corporação, a corregedoria da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) concluiu haver indícios de ter cometido o crime de lesão corporal leve, que prevê punição de três meses a um ano de detenção, e mais quatro transgressões disciplinares.

Segundo O Popular, em depoimento, o goleiro afirmou que estava fazendo orações em campo quando percebeu uma intensa discussão. Ele teria se aproximado para afastar os colegas do local, quando recebeu o tiro.

Já o sargento afirmou que Ramon era o atleta “mais alterado e transtornado” durante a confusão e que a todo momento ofendia a equipe do Comando de Policiamento Especializado (CPE) com xingamentos.

O principal argumento da corregedoria para afirmar que houve lesão corporal leve é a previsão de forma clara da distância mínima de cinco metros no manual de uso da espingarda para atirar em alguém, algo que não foi respeitado pelo sargento.

Em um relatório, o órgão afirma que os vídeos gravados durante a confusão “evidenciam que, no momento do disparo, não havia nenhum tipo de situação que exigisse a intervenção com a utilização de munição de impacto controlado.”

À época, o evento gerou várias manifestações de repúdio de órgãos ligados ao futebol goiano, entre eles, Ministério do Esporte e Federação Goiana de Futebol. Já a Polícia Militar afastou o PM seis dias depois do ocorrido.

Ramon Souza ainda acionou a espera cível para pedir indenização por danos materiais, morais e estéticos no valor de R$ 257,2 mil, em ação que tramita na Justiça estadual.

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