Chegada do período chuvoso dá sinal de alerta para avanço de ‘molusco contagioso’, em Anápolis

Pediatra explica como identificar a doença nas crianças, além da diferença com outras patologias

Samuel Leão Samuel Leão -
Chegada do período chuvoso dá sinal de alerta para avanço de ‘molusco contagioso’, em Anápolis
Registro de dia chuvoso em Anápolis (Foto: Aglys Nadielle).

Com o retorno das chuvas, o tempo úmido leva embora diversas doenças e complicações, por exemplo quadros respiratórios, no entanto, traz consigo toda uma gama adaptada ao novo ambiente. Já é possível perceber o aumento na ocorrência de mosquitos e, também, de uma doença que tem nome de animal.

Se trata da chamada ‘Molusco contagioso’, um vírus com alta transmissibilidade que afeta especialmente as crianças. Afeito a ambientes úmidos, como piscinas e toalhas molhadas, ele voltou a aparecer em Anápolis, apesar de ainda em pequena escala.

Ao Portal 6, a pediatra Talytha Coelho revelou o aumento do atendimento de casos da doença, aproveitando também para explicar do que se trata e dar dicas para a prevenção.

“É um quadro super comum na pediatria. Nesta semana eu peguei alguns novos casos, então certamente houve um aumentou na transmissão. O molusco contagioso é um vírus, bem comum entre crianças, chamado poxvírus. Passa de criança para criança ou até mesmo por objetos, pelo toque, e é de fácil transmissão”, explicou.

Segundo ela, a identificação é feita de maneira simples: basta notar o aparecimento de bolhas, como pequenas verrugas, pelo corpo. Apesar de poder se assemelhar à catapora, ao HPV ou a outras doenças, alguns detalhes facilitam a diferenciação.

“O que mais caracteriza são as lesões, em formato de bolhinhas, com um centro no meio, um buraquinho que chamamos de umbilicação. As lesões causam coceira e podem surgir em qualquer parte do corpo, se espalhando muito fácil pelo simples ato de coçar partes infectadas e coçar outras áreas”, complementou.

Peito e pescoço tomados pelas bolhas do Molusco Contagioso. (Foto: Reprodução/Dr. Alexandre Zeni)

Ao brincar com os coleguinhas, pelo toque, o vírus se espalha. Até mesmo caso a criança infectada pegue no bebedor ou algum outro objeto, friccionando as lesões no aparelho, a parte tocada pode manter o vírus ativo por tempo suficiente para que ele seja transmitido ao próximo. Por isso, apesar da ocorrência não apresentar agravamento, a melhor forma de evitar a transmissão é o capricho na higiene.

“É uma geração autolimitada, ou seja, que tende a melhorar sozinha na maioria das vezes. Se for um quadro que se espalha muito rápido, como as bolinhas coçam bastante, pode ser feita a cauterização ou algum procedimento com ácido, quase sempre realizados por dermatologistas, e então elas são removidas. A recomendação é evitar contato com as crianças que tenham as lesões, pois é de fácil transmissão, e ter uma maior atenção para a higiene, com a lavagem das mãos e de utensílios”, finalizou.

Cenário local

Vale pontuar que, apesar da ocorrência se dar, principalmente, em crianças, também pode ocorrer em adultos, como foi o caso de uma mulher, de 42 anos, em Anápolis. Segundo a Diretoria de Vigilância em Saúde, ela teria sido a única infectada que notificou a doença ao órgão.

Como não é um vírus de notificação compulsória, é possível que casos tenham passado despercebido, entretanto, a cidade não enfrenta um surto no momento. O caso citado foi registrado como isolado e eventual, e recebeu o devido acompanhamento das autoridades de saúde.

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