Empresária denuncia discriminação contra PCD’s em evento de coaching em Anápolis

Organização teria se recusado a liberar os assentos prioritários, mas equipe responsável afirmou ter oferecido alternativas

Davi Galvão Davi Galvão -
Empresária denunciou caso de discriminação em evento no Teatro São Francisco. (Foto: Arquivo Pessoal/Ana Carolina Dias)
Empresária denunciou caso de discriminação em evento no Teatro São Francisco. (Foto: Arquivo Pessoal/Ana Carolina Dias)

Uma empresária de Anápolis denunciou ter sofrido discriminação por conta de ter deficiência física durante um evento de coaching empresarial realizado na manhã desta segunda-feira (30), no Teatro São Francisco. A Alto Impacto Empresarial, responsável pela produção, negou qualquer tipo de preconceito e afirmou ter prestado apoio com o caso.

Em entrevista ao Portal 6, Ana Carolina Dias relatou ter chegado ao evento por volta de 08h, feito normalmente o credenciamento e se dirigido até a área do teatro em si.

Porém, foi surpreendida ao notar que as cadeiras voltadas a Pessoas com Deficiência estavam todas interditadas, com o uso de faixas para restringir o acesso.

“Nessa hora eu fiquei lá parada esperando, porque para as outras cadeiras precisava descer as escadas e isso para mim é muito dolorido. Até que uma funcionária viu que eu estava lá e se aproximou para entender o que estava acontecendo”, relembrou.

Ao comunicar a situação para a equipe do evento, inclusive destacando que tinha as articulações do joelho comprometidas por conta de um caso de artrogripose, a empresária relatou que a organização permaneceu inflexível quanto a liberação dos assentos.

“Já era 09h e não tinha ninguém. Evento assim é normal pedirem para todo mundo sentar na frente, que daí na hora da foto dá mais volume. Mas será se para isso vale a pena deixar de lado as necessidades físicas de quem tem deficiência?”, questionou Ana.

Entrada lateral

A empresa, por outro lado, apontou que ante a situação, orientou a espectadora a respeito de uma entrada lateral, com acesso através do exterior do Teatro, que era adequada para PCD’S. Inclusive, sustentaram que se dispuseram a acompanhá-la até lá.

Porém, Ana reforçou que em nenhum momento lhe foi dito que esta outra entrada era adaptada para PCD’s, além de apontar outras problemáticas envolvendo a situação.

“Ainda que eu entrasse por lá, ia precisar subir as escadas toda vez que fosse ao banheiro. E se era para entrar pela rampa, por que não tinha ninguém falando isso na entrada? Esperaram eu subir as escadas, doendo, devagar, para falar? Se o local tem uma cadeira especial, posicionada em um local específico, ao lado do banheiro, qual o sentido de restringir o acesso?”, questionou.

Por fim, a empresária lamentou o ocorrido e afirmou ter desistido de participar do evento, considerando mais um desrespeito aos direitos das pessoas com deficiência.

“Não é só uma implicância com querer sentar em um lugar específico, é sobre uma série de desrespeitos que quem é PCD lida todo dia e engole calado, essa foi só a gota d’água”, disse.

A reportagem ofereceu à empresa responsável uma oportunidade para se pronunciar em maiores detalhes sobre o caso, o espaço segue em aberto.

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