Empresária denuncia discriminação contra PCD’s em evento de coaching em Anápolis
Organização teria se recusado a liberar os assentos prioritários, mas equipe responsável afirmou ter oferecido alternativas


Uma empresária de Anápolis denunciou ter sofrido discriminação por conta de ter deficiência física durante um evento de coaching empresarial realizado na manhã desta segunda-feira (30), no Teatro São Francisco. A Alto Impacto Empresarial, responsável pela produção, negou qualquer tipo de preconceito e afirmou ter prestado apoio com o caso.
Em entrevista ao Portal 6, Ana Carolina Dias relatou ter chegado ao evento por volta de 08h, feito normalmente o credenciamento e se dirigido até a área do teatro em si.
Porém, foi surpreendida ao notar que as cadeiras voltadas a Pessoas com Deficiência estavam todas interditadas, com o uso de faixas para restringir o acesso.
“Nessa hora eu fiquei lá parada esperando, porque para as outras cadeiras precisava descer as escadas e isso para mim é muito dolorido. Até que uma funcionária viu que eu estava lá e se aproximou para entender o que estava acontecendo”, relembrou.
Ao comunicar a situação para a equipe do evento, inclusive destacando que tinha as articulações do joelho comprometidas por conta de um caso de artrogripose, a empresária relatou que a organização permaneceu inflexível quanto a liberação dos assentos.
“Já era 09h e não tinha ninguém. Evento assim é normal pedirem para todo mundo sentar na frente, que daí na hora da foto dá mais volume. Mas será se para isso vale a pena deixar de lado as necessidades físicas de quem tem deficiência?”, questionou Ana.
Entrada lateral
A empresa, por outro lado, apontou que ante a situação, orientou a espectadora a respeito de uma entrada lateral, com acesso através do exterior do Teatro, que era adequada para PCD’S. Inclusive, sustentaram que se dispuseram a acompanhá-la até lá.
Porém, Ana reforçou que em nenhum momento lhe foi dito que esta outra entrada era adaptada para PCD’s, além de apontar outras problemáticas envolvendo a situação.
“Ainda que eu entrasse por lá, ia precisar subir as escadas toda vez que fosse ao banheiro. E se era para entrar pela rampa, por que não tinha ninguém falando isso na entrada? Esperaram eu subir as escadas, doendo, devagar, para falar? Se o local tem uma cadeira especial, posicionada em um local específico, ao lado do banheiro, qual o sentido de restringir o acesso?”, questionou.
Por fim, a empresária lamentou o ocorrido e afirmou ter desistido de participar do evento, considerando mais um desrespeito aos direitos das pessoas com deficiência.
“Não é só uma implicância com querer sentar em um lugar específico, é sobre uma série de desrespeitos que quem é PCD lida todo dia e engole calado, essa foi só a gota d’água”, disse.
A reportagem ofereceu à empresa responsável uma oportunidade para se pronunciar em maiores detalhes sobre o caso, o espaço segue em aberto.
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