Servidor público que planejou sequestro de empresário em Goiás foi preso dentro do avião
Suspeito induziu a vítima a viajar de São Paulo até Goiânia e contratou pessoas para colocar crime em ação


O sequestro-relâmpago de um empresário paulista em Goiânia foi motivado por uma dívida de R$ 1,5 milhão não paga pela vítima ao mentor do crime, Josemar Alencar Linhares de Oliveira, conforme informações da Polícia Civil (PC).
Preso nesta quinta-feira (03) no Aeroporto Internacional de Brasília, o suspeito teria sido o principal mentor do crime que ocorreu na última sexta-feira (27), após não receber os valores da comissão de um acordo com o empresário.
Segundo a PC, os dois teriam se conhecido em uma convenção na cidade de São Paulo (SP), onde decidiram abrir uma empresa no ramo de soluções financeiras juntos.
Apesar da tentativa, a iniciativa não deu certo, mas eles acabaram fechando acordos com criptomoedas e bancos digitais, sendo que, em um destes, Josemar acabou ficando com o prejuízo — conforme o próprio relatou à PC.
Por conta disso, o suspeito atraiu o empresário de São Paulo até Goiânia, marcando duas reuniões com ele, sendo que a primeira foi desmarcada pelo mandante e, na segunda, realizada na última sexta-feira (27), ele enviou outra pessoa ‘para representá-lo’.
O crime
Imagens de câmeras registraram quando o representante busca a vítima em um hotel da capital goiana, mas coloca as malas dele no banco traseiro — e não no porta-malas —, enquanto o empresário se senta no banco do passageiro.
O que ele não sabia é que o porta-malas estava ocupado: um segundo suspeito estava escondido com uma arma, e, assim que o carro saiu do hotel, o assalto foi anunciado.
Sob comando de Josemar, os supostos criminosos — que haviam sido contratados — passaram a ameaçar, agredir e extorquir dinheiro da vítima, a obrigando a pagar a dívida.
Apesar disso, tudo que o empresário conseguiu transferir foi R$ 6.813,28, sendo que ele foi abandonado em uma estrada de terra às margens da GO-147, onde posteriormente foi socorrido por um caminhoneiro.
A Polícia Militar (PM) então foi acionada, encontrando os suspeitos, que nesse momento eram três, na zona rural de Catalão, onde os supostos criminosos entraram em confronto com os militares.
Durante a ação, dois dos três executores foram baleados e morreram, enquanto o terceiro conseguiu escapar e segue foragido.
No carro que o trio estava, os militares encontram armas de fogo e um terno no banco traseiro, que teria sido utilizado no dia que o empresário foi buscado no hotel.
Mandante
Ao tomar conhecimento do ocorrido, a Polícia Civil (PC) descobriu que Josemar iria fugir do Brasil, após o próprio postar uma foto no Aeroporto de Brasília dizendo que iria para os Estados Unidos.

Suspeito postou sobre a viagem nas redes sociais. (Foto: Divulgação/PC)
Com as informações em mãos, a Interpol foi acionada e, assim que o mentor chegou a Miami na terça-feira (1º), ele foi interceptado e mandado de volta para o Brasil, onde equipes do Grupo Antissequestro (GAS), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em conjunto com a Superintendência da Polícia Federal em Goiás, já o aguardavam.
Ele foi recebido pelas autoridades nesta quinta-feira (03), assim que a aeronave pousou na capital federal, tendo o pedido de mandado de prisão preventiva cumprido na hora.
Nas redes sociais, Josemar se apresentava como “assessor parlamentar”, “poliglota” e especialista em “articulação política”, além de um cargo na Diretoria de Comunicação Digital da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego).
Assim que a Polícia Legislativa da Alego tomou conhecimento dos crimes, ainda na sexta-feira (27), Josemar Alencar Linhares de Oliveira foi exonerado do cargo.
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