Rede de supermercado Tatico entra na mira do Ministério Público

Denuncia foi realizada após fiscalização da Vigilância Sanitária encontrar uma série de irregularidades graves para a saúde

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Tatico de Santa Maria, Brasília. (Foto: Werles Neves Silva/ Google)
Tatico de Santa Maria, Brasília. (Foto: Werles Neves Silva/ Google)

A rede de supermercados Tatico — com unidades em Goiás e no Distrito Federal — entrou na mira do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que abriu uma investigação e uma denúncia após uma série de irregularidades graves serem encontradas em uma das unidades do estabelecimento.

Por meio de uma fiscalização realizada no último dia 10 de julho, foi constatada a presença de dezenas de milhares de ovos em condições consideradas impróprias para consumo e armazenados em ambiente descrito como insalubre.

De acordo com o relatório elaborado pelos auditores, o depósito do supermercado apresentava forte odor de material orgânico deteriorado, com diversas caixas de ovos de marcas distintas com sinais visíveis de putrefação, quebrados ou com resíduos líquidos.

Durante a inspeção, a Vigilância Sanitária também registrou a presença de moscas, larvas vivas nas embalagens primárias e vestígios de infestação na maior parte das embalagens secundárias.

Não o bastante, o ambiente estava infestado de pombos e até carcaças de insetos, além de chorume acumulado no chão e restos de materiais estranhos ao setor alimentício, como extintores, latas de tinta e entulho.

Outro ponto que chamou a atenção das autoridades foi a existência de um carimbo de uso interno do supermercado para adulteração de prazos de validade. Etiquetas novas eram utilizadas para reembalar ovos antigos, prática que configura fraude e risco direto ao consumidor.

Por conta disso, foram apreendidos aproximadamente 58 mil ovos da marca Aviário Diamante, 180 unidades de marca não identificada, 300 ovos de marcas diversas embalados em caixas de papelão, 156 ovos da marca Loyola e 672 unidades reembaladas e etiquetadas como Loyola, mesmo sem registro de origem segura.

Falta de autorização

A Vigilância Sanitária também apontou que o estabelecimento não possuía autorização de órgão competente para realizar fracionamento ou reembalagem de ovos, atividade regulamentada justamente para impedir riscos sanitários.

Durante a operação, os agentes registraram a presença de fezes de pombos sobre alimentos na área de vendas e excesso de sujeira em setores destinados ao estoque.

Além das irregularidades sanitárias, os auditores destacaram no relatório que o supermercado já havia sido alvo de apuração criminal anterior por comercialização de produto falsificado, no caso envolvendo sabão em pó.

O histórico negativo reforçou o pedido do MPDFT para medidas imediatas e rigorosas. Como consequência, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) publicou, em 12 de junho, uma determinação obrigando que a rede adote ações urgentes de limpeza, armazenamento adequado e controle sanitário, sob pena de novas penalidades.

A determinação atendeu à ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público, que agora estuda oferecer denúncia por crime contra as relações de consumo. Caso a denúncia avance, representantes legais do Tatico poderão responder na Justiça por condutas que colocam em risco a saúde coletiva.

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