ANM investiga empresa com capital de R$ 5 mil que arrematou direitos sobre terras raras em Goiás
Enquanto autarquia apura a legalidade, representantes do setor afirmam que 3D Minerals seguiu todas as regras do leilão

A Agência Nacional de Mineração (ANM) investiga o arremate de 116 áreas de terras raras, espalhadas pelo Brasil e adquiridas pela 3D Minerals. Dessas, nove ficam em Goiás.
Registrada há pouco mais de um ano, com capital social de R$ 5 mil, a empresa gastou R$ 54,8 milhões pelo lance de 6,4 mil km² de locais de minerais críticos.
A maior parte dos espaços fica no Mato Grosso (61 deles), mas também há terrenos na Bahia (22), Pará (18), Paraíba (02), Roraima (03) e Rondônia (01), além dos nove goianos já mencionados.
Eles serão controlados pela 3D Minerals por quatro anos, prorrogáveis por outros quatro, com possibilidade de transferir os direitos a terceiros, de acordo com a legislação.
Além da diferença entre o valor de capital social e do lance adquirido, outro ponto que levanta suspeitas é a comparação com outras participantes do leilão.
Na mesma oportunidade, a 3A Mining obteve 40 áreas. A empresa tem capital de R$ 95,9 milhões. Já a Gestão de Ativos Brasil Administradora de Bens conseguiu 17 terrenos. Ambas possuem histórico com a pesquisa em terras raras.
O arremate ainda não significa, necessariamente, que as empresas irão explorar os locais adquiridos. Em vez disso, irão estudá-los, para avaliar se há minerais críticos ali e se eles existem em quantidade que compense a mineração.
Apesar das investigações, o presidente do Sindicato da Indústria da Mineração do Estado de Goiás e Distrito Federal (Minde), Luiz Antônio Vessani, acredita que não haja irregularidades.
Ele detalhou ao Jornal Opção que o que tem percebido, até o momento, é que a 3D Minerals seguiu a série de regras impostas para a participação no leilão.
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