Chefe do Instituto Histórico em Pirenópolis é ameaçada de morte por donos de casarões: “sou neto de coronel”

Dois suspeitos teriam intimidado servidora em momentos separados, dentro e fora do escritório do Iphan

Da Redação Da Redação -
Polícia Federal esteve no escritório do Iphan.
Polícia Federal esteve no escritório do Iphan. (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal (PF) precisou intervir e investigar um caso de ameaças de morte em Pirenópolis, a 120 km de Goiânia, após uma servidora pública ser vítima de ataques verbais de donos de casarões históricos na cidade.

O alvo das ameaças seria a chefe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no município, a arquiteta Eliza Borges de Castro.

Embora visitas tenham sido realizadas pela PF nesta quarta-feira (21), quando os policiais foram até a residência dos suspeitos e ao escritório do Iphan, o Portal 6 apurou que o caso estaria ocorrendo desde o início de maio.

Nas últimas semanas, a arquiteta teria recebido diversas intimidações de dois proprietários diferentes, após realizar fiscalizações sobre supostas modificações em imóveis tombados pelo órgão, sem a devida autorização.

Em um dos casos, um homem teria ido até o escritório do instituto para questionar uma infração que havia recebido. Ele teria alegado que era “neto de coronel” e, em seguida, feito diversas ameaças à servidora.

Ao tentar explicar como funcionam as mudanças em imóveis tombados pelo Iphan, a mulher teria ouvido, do suspeito, que a casa era dele e que ele faria o que quisesse ali.

O homem teria chamado a vítima de “inútil” e criticado a presença do órgão de fiscalização na cidade. Depois, ele ainda teria afirmado, em tom ameaçador, que “quem procura o que quer acha o que não quer”.

Essas intimidações teriam ocorrido mais de uma vez, se repetindo também quando a servidora trabalhava fora do escritório. As ameaças feitas pelos dois donos de casarões não teriam relação entre si.

A reportagem buscou contato com servidores do Iphan para oferecer o espaço de manifestação, mas foi informada de que eles não poderiam comentar sobre o caso.

O instituto, por outro lado, informou oficialmente que está ciente das ameaças e que solicitou, nesta quarta-feira (21), uma reunião com a Superintendência da PF para assegurar a proteção dos colaboradores.

O caso, agora, segue sob investigação, ficando a PF responsável por apurar os detalhes do ocorrido e tomar as providências cabíveis.

Veja a nota do Iphan na íntegra:

“O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está ciente das ameaças direcionadas ao Escritório Técnico do Iphan em Pirenópolis (GO). Na última quarta-feira (21), por meio de sua Superintendência em Goiás, o Iphan solicitou uma reunião com a Superintendência da Polícia Federal no estado no intuito de assegurar a proteção de seus colaboradores e a realização do trabalho do Instituto no município.

O Iphan está adotando todas as medidas cabíveis. Contudo, por se tratar de um caso sob investigação da Polícia Federal, o Instituto não poderá fornecer mais informações neste momento.“

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