Seis meses após ter mão decepada pelo ex em Anápolis, Railma volta a ter rotina revirada: “medo, desespero”
Jovem tem convivido com sentimentos como medo e insegurança, após tentar recomeçar a vida desde o crime


Medo e desespero. Assim têm sido os dias da jovem Railma Lisboa da Silva, de 26 anos, que há seis meses convive com a insegurança após ter a mão decepada pelo ex-marido em Anápolis.
Ao Portal 6, a anapolina relatou que precisou reinventar a forma de viver, chegando a dar continuidade aos estudos em um curso de enfermagem em uma universidade da cidade.
Mesmo com os traumas da agressão sofrida pelo ex-marido, que está preso desde outubro de 2024, quando tentou matá-la – ela tenta seguir a vida de forma plena.
Contudo, um ocorrido abalou a jovem, que acionou a Polícia Militar (PM) na última quarta-feira (09), após viver momentos de terror ao retornar da aula.
Ela estava acompanhada do filho, de apenas 9 anos, quando, ao sair da faculdade em um carro de aplicativo, notou que estava sendo seguida por um motociclista.
“Meu filho me acompanha praticamente todos os dias. Até que eu percebi que tinha uma moto nos seguindo, não sei quem era, não sei o que queria”, relatou em entrevista à reportagem.
A perseguição, segundo Railma, teria durado cerca de 7 km, durante todo o trajeto, algo em torno de 17 minutos, até ela chegar ao condomínio onde mora, na região Leste da cidade.
“Eu já tinha observado que tinha alguma moto me seguindo, aí quando entrei no condomínio, olhei para trás e vi que a pessoa estava só esperando eu entrar”, relembrou.
Após o ocorrido, os traumas que pareciam estar se incubados aos poucos reacenderam na jovem. Depois da situação, Railma relatou ter acionado a Polícia Militar (PM), registrando uma ocorrência sobre a perseguição, sem saber precisar o responsável.
“Ninguém até então sabia meu endereço, não faço ideia de quem seja. Eles [polícia] ficaram de verificar as câmeras de segurança da rua, da faculdade, mas até agora não tive retorno”, afirmou.

Railma Lisboa da Silva faz faculdade de enfermagem. (Foto: Arquivo Pessoal)
Novo trauma
Desde quarta-feira (09), a vida da jovem mudou completamente, segundo ela, reavivando sentimentos que pareciam estar se dissipando.
“Medo, desespero, insegurança, desproteção. Eu não posso sair de casa. Enquanto não investigarem, não souberem quem era, o que queria, eu não tenho coragem de sair”, continuou.
O desespero é tanto que a anapolina precisou acionar agentes da Lei Maria da Penha para acompanhá-la em consultas diárias, como fisioterapia e psicólogo, que fazem parte do tratamento desde que teve o braço decepado.

Railma tem passado por tratamentos de recuperação. (Foto: Arquivo Pessoal)
“Eu não tenho coragem de sair. Preciso ir à fisioterapia, preciso ir ao psicólogo, mas só saio escoltada, porque tenho medo. Não estou indo à faculdade, não fui ontem, hoje não vou, porque tenho medo do que pode acontecer lá fora”, finalizou.
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