Após vitória da China em disputa bilionária, venda de riquezas em Goiás vira alvo de investigação

Multinacional holandesa questiona a legalidade das operações após oferecer aproximadamente R$ 5 bilhões, mas sair perdendo

Natália Sezil Natália Sezil -
Instalações da mineradora Anglo American em reservas de níquel nas imediações da cidade de Barro Alto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
Instalações da mineradora Anglo American nas imediações da cidade de Barro Alto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

A venda das reservas de níquel localizadas no município de Barro Alto, no Centro de Goiás, será investigada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autoridade antitruste do Brasil.

A transação feita entre a Anglo American e a MMG foi avaliada em US$ 500 milhões (o equivalente a mais de R$ 2,7 bilhões), e já vinha sendo motivo de disputa entre multinacionais.

A informação é do jornal britânico Financial Times.

Até então, quem detinha o poder de exploração sobre as jazidas era a Anglo American, de origens sul-africana e britânica. No início do ano, entretanto, a empresa decidiu vender a área goiana de mineração de níquel.

Duas multinacionais eram as principais concorrentes no negócio: a MMG – braço da estatal chinesa China Minmentals Corporation – e a holandesa CoreX Holding.

A venda foi fechada pela asiática, o que logo causou reação da europeia. Controlador da CoreX, o bilionário turco Robert Yüksel Yıldırım questionou a escolha.

Segundo ele, o preço que havia apresentado era mais alto que o da chinesa – aproximadamente US$ 900 milhões.

Diante disso, Yildirim já havia entregado uma petição, em nome da multinacional, para a Comissão Europeia. O processo já era previsto tanto em Bruxelas quanto no Brasil.

Negócio pode continuar de pé

O Cade especificou ao Financial Times: “com base em uma denúncia recebida, foi instaurado Processo Administrativo para Apuração de Ato de Concentração Econômica”.

Mesmo assim, o conselho ressaltou que isso não significa, necessariamente, que o negócio será barrado. O que acontece é que os desafios para a Anglo American aumentam.

No pedido, a CoreX Holding argumentou que a compra pela MMG eleva o domínio chinês sobre as reservas mundiais de níquel – insumo essencial para produzir aço inoxidável e baterias de veículos elétricos, por exemplo.

O cenário apenas intensificaria o que já é feito pela China. No caso das terras raras, por exemplo, o país já controla quase 70% das reservas em todo o mundo. O Brasil fica logo atrás, com a segunda maior área de exploração global.

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Natália Sezil

Natália Sezil

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás, é estagiária do Portal 6 e atua na cobertura do cotidiano. Apaixonada por boas histórias, gosta de ouvir as pessoas, entender contextos e transformar relatos em narrativas que informam e conectam o público.

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